Abstract:
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O processo de eletrificação do território catalão supôs ao igual que em muitas outras regiões, um salto quantitativo nas expectativas de progresso e desenvolvimento. O processo de industrialização e de aproveitamento de recursos locais permitiu um crescimento estruturado ao redor das regiões servidas pela infraestrutura, de maneira que se estabeleciam marcadas diferenças entre territórios. A possibilidade de projetar canais de irrigação e ferrovias foram só alguns dos aspetos más transcendentes e visíveis. A construção das primeiras grandes centrais hidroelétricas no Pirineu catalão, Seròs e Cabdella, datam de princípios de 1914, estando associadas a inversões das companhias Barcelona Traction e Energia Elétrica de Catalunya, respetivamente. De ditos investimentos nascem um conjunto de projetos de grande escala, que estabelecem as bases do território catalão atual. Neste sentido, e delimitando o caso ao córrego fluvial do Noguera Pallaresa no trecho compreendido entre Balaguer e La Pobla de Segur, cabe destacar a construção das represas e reservatórios de Talarn, Terradets, Camarasa e Sant Llorenç de Montgai. Estes, não só permitiram o aproveitamento hidroelétrico como também a irrigação da Plana de Ponent. Em paralelo ao corredor, se projetou uma ferrovia de bitola ibérica, o trem Lleida – La Pobla de Segur (1924: trecho Lleida – Balaguer, e 1951: trecho Balaguer - La Pobla). Em principio parece razoável pensar que a inserção dos diferentes investimentos no território teria que ter induzido um forte desenvolvimento local. Não obstante, alguns dados mostram o contrario: a não eletrificação da ferrovia, o difícil encaixe entre estações e localidades servidas ou a contenção demográfica das mesmas, são somente alguns dos exemplos disso. Com tudo, o presente artigo pretende determinar a compatibilidade entre geografia, infraestrutura elétrica de alta tensão, ferrovias, obras hidráulicas e sistemas de assentamentos. |